mandag den 16. juli 2012

HÁ DEUSES QUE FOGEM DE NÓS QUANDO A CRISE APERTA E HÁ DEUSES QUE SE CHEGAM AOS AFLITOS PARA QUE OUÇAM OS SEUS GRITOS SEUS CIÚMES E QUEIXUMES É UM FADO MARADO TER TAES DEUSES QUE NÃO NOS CURAM E OU FOGEM OU NOS PROCURAM

... Não porque viajasse! O mundo não me basta

repete-se, e é fácil esgotá-lo…

eu deus velho que a memória afasta

desejo ao mundo só poder pará-lo..


Se vi o limpo olympo com olhar gasto,

na sua gelatinosa firmeza

nunca se dirá que o olhar afasto

para mi solidez é vã fraqueza

e em mim gordura é ventura

na gelatina só vejo beleza

e a sólida virtude é falsa cura


Que outro olympo ultrapassará quem perjura?
(…)
E no mundo, o que é meu? 

Tudo!!!Sou Ares…,alonguei meu metro e tal de altura

Às infinitas amplidões do eu

E no ventre a arder da pobre vida  obscura ;
(…)
Que o nada do meu nada é que me dá gosto!

E é no nada de ser tudo que eu aposto...
(…)
Na voz do mar só me ouço a mim, que peroro;

Nos ventos os portentos de mim eu escuto;

Sei ver os ais e os gritos…, que deploro

e ouço as paisagens do massacre e do luto
(…)

Ontem matava por angústias e iras

hoje posso enfim matar por gosto

é na crise que eu acendo as piras

com que alegro meu velho rosto


Eis-me…!... Mas quando, como, onde, buscando
oceanos de sangue de que preciso
(…)
na terra severa sou Ares ganhando

a adoração de mim próprio qual Narciso
(…)



deixo-vos a crise intensa quase invisível


nas minhas visões de nevoeiros feytas

a dívida de não ter dúvidas é incrível
e todas as minhas impressões são perfeytas